domingo, 9 de setembro de 2012

Onde ficar em...


Nada pior que não fazer nem ideia de onde ficar quando se viaja. Para dar uma ajudinha para todo mundo e para facilitar minha própria vida (nunca mais vou mandar dicas de albergue por e-mail para ninguém hehe).

Agora ali no cabeçalho tem um link para "onde ficar em...". Ali, estou listando alguns dos albergues, hostels, hotéis em que já fiquei e que recomendo. Comecei com dois da Alemanha, mas a lista vai crescer, prometo! Se alguém aí quiser complementar a lista ou tiver algum pedido, é só deixar um recado ali nos comentários que eu adiciono!

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Unsicht-Bar: de comer sem os olhos


Acho que nunca na vida tinha parado para pensar em como a gente, de fato, boa parte das nossas experiências gastronomicas começam pelos olhos. A visão é o primeiro crivo, o primeiro julgamento. Ela tem 50% da decisão de comer algo ou não. Já pararam para pensar naquele bolo fofinho e cheio de cobertura que enche os olhos e faz a boca salivar ou o prato estranho que a gente recusa pela aparência? Mais que isso, acho que nunca na vida eu tinha me perguntado sobre como deveria ser comer sem enxergar, sem ver absolutamente nada. E mais ainda sem nem saber o que esperar. Se deixar surpreender pelo olfato e o paladar e aceitar o que vier. Comer sem os olhos.

Foi por isso que no meu último fim de semana em Berlim chamei três amigos e fomos no Unsicht-Bar. O restaurante que fica no bairro de Mitte tem apenas a recepção iluminada. Nela, você abre o cardápio, pede as bebidas e é apresentado ao seu garçom. Todas as pessoas que trabalham servindo no Unischt-Bar são cegas ou enxergam quase nada. Eles que vão guiar seu grupo para a sala de jantar igual a esta foto aí em cima: completamente escura.

E como comer no escuro sabendo o que você vai comer não teria a mínima graça, o cardápio é dividido em menus que te dão só algumas dicas, mas não entregam exatamente o que se vai comer. Tem o menu vegetariano, com carne, com galinha, com frutos do mar e o menu surpresa. Nosso quarteto optou por três menus surpresa e um de carne foi orientado a desligar celulares e relógios com qualquer tipo de luz e seguiu com o garçom em fila indiana para a sala escura.

É engraçado como a gente fica perdido nessa situação. Éramos quatro jornalistas nos seus 25 anos completamente desconfiados e desorientados entrando em um salão onde a gente não via absolutamente nada e dependia do garçom para não sair chutando outros clientes. Fora algumas crianças acompanhadas dos pais (que eu vi na entrada, afinal, na sala de jantar não via nem minhas próprias mãos), acho que eu, Renata, Rodrigo e André éramos as pessoas mais jovens do lugar. Até porque não é o restaurante mais barato que se vai encontrar em Berlim. A brincadeira toda não vai sair por menos de 40 euros por pessoa, mas vale cada centavinho, eu garanto.

O garçom nos ajudou a sentar nos lugares, explicou onde as coisas estavam fazendo analogia a um relógio (como se cada coisa estivesse em uma "hora" diferente) e começou a trazer nossos pedidos. Já na coca-cola a gente saiu batendo coisas, não encontrando os copos, rindo meio alto e causando um tanto no restaurante cujo volume da voz dos clientes, por princípio, já era 20% mais baixo que o nosso. Então imaginem a cena, porque né, nem a gente viu.

 Aí chegaram as saladas e acertar as garfadas nas folhas era complicado, mais complicado ainda era não acertar o garfo na própria cara. Parece um exagero, mas a gente perde completamente o referencial quando não vê nada. O lado bom? É impossível não  comer tudo muito mais devagar, com mais calma. Mais legal ainda é, em tempos de malditos smartphones, jantar com amigos sem ninguém (nem uma vezinha) olhar no seu iPhone, fazer fotos para postar no Instagram ou simplesmente responder uma mensagem enquanto se janta. Se alguma luzinha brilhar durante a janta, você, além de ser um babaca, será convidado a se retirar. 

Eu aprendi a comer verduras não faz muito. Então, confesso que, fora alface, um pedaço de salmão e molho com gosto de amora num cantinho do prato, não reconheci muita coisa. O que também não foi um grande problema.  Nosso prato principal veio e ninguém sabia exatamente dizer que carne era aquela cortada em pedacinhos. Parecia um jogo de adivinhação: cada um contava o que pegava e dava palpites do que aquilo deveria ser. Em certa altura da noite, boa parte do time desistiu e confessou ter abandonado os talheres. Afinal, "ninguém tava vendo nada mesmo". 

A sobremesa veio e eu não acertei a colher no copinho com musse de café e chocolate nenhuma vez. Depois de comer, a gente ainda ficou um bom tempo sentado falando bobagem no escuro e ganhamos até a antipatia de algum cliente que berrou "quiet, Italy". O colega germânico aí que acha que fala italiano até podia estar de mau-humor, mas a gente estava bem faceiro e contente com toda a experiência. Na saída, antes de pagar, a moça do caixa nos entregou um folheto com o que comemos. Experimentei carne de veado e mais um tantão de coisas que nunca tinha comido. Super recomendo a brincadeira toda.


Unsicht-Bar
Gormannstraße 14
U Rosenthalerplatz

 
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sábado, 26 de maio de 2012

Um mapa para se achar nas dicas

Para ajudar quem vai pra Berlim a se achar nas dicas, criei esse mapinha no google com todos os lugares de onde já falei aqui no blog. Além das dicas já dadas, ali tem outros lugares dos quais não consegui falar ainda e você, amiguinho leitor e viajante, também pode colaborar. O mapa está aberto pra quem quiser deixar sua dica ali. É só clicar e participar :)


Visualizar Lugares de Berlim em um mapa maior

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Fim de festa, mas nem tanto



As últimas semanas em Berlim, como era de se esperar, foram cheias e não sobrou nenhum segundinho pra sentar e escrever pro blog. Isso significa também que nessas semanas deu para juntar um bom material postável. Assim, estou de volta em Porto Alegre, mas esse blog segue (não se sabe ainda até quando) com dicas de lugares e coisas pra fazer na melhor cidade do mundo :P

Pra não dar aquela dorzinha no coração ao pensar em Berlim, o primeiro post aqui do Brasil é mais um fato sobre a Alemanha do que sobre Berlim. A ideia surgiu numa conversa com a Luiza, que não está no Canadá, mas em Hamburgo.  A gente debatia sobre algumas tosqueiras musicais da noite na Alemanha. Se for a uma festa daquelas "toca tudo"ou na casa de alguém, é muito provável que você em algum momento vá ouvir alguma dessas músicas. Não dá pra enquadrar todas em um gênero só e nem todas são coisas que se levam a sério. São piadas que viraram coisa séria, como acaba acontecendo algumas vezes.

Mas vamos lá, apresento aqui algumas tosqueiras de fim de festa (ou nem sempre) que a galera vai toda dançar e cantar junto em alemão. Divirtam-se!

(se você estiver sem paciência, mas quiser ver uma das coisas mais toscas do universo, recomendo correr direto para o fim do post)

Deichkind - Remmidemmi
Eles se chamam de uma banda de TechRap (mistura de techno com rap) e, com bastante humor e um tanto de ironia, nessa música eles descrevem uma festa "muito louca". Porque, né, "pessoas impulsivas não conhecem limites". A banda é conhecida por algumas das apresentações mais doidas da Alemanha, assim o vídeo aí tem um monte de shows deles.


Já esse outro vídeo aqui saiu esse ano e é meio no espírito "classe média tira sarro". Por que é "ruim pra cabeça, ruim pro futuro, mas infelizmente foda"

Frauenarzt & Manny Marc - Das Geht Ab
Acho que pouca coisa faz todo mundo cantar (especialmente depois de uma certa hora da noite com uma certa quantidade de cerveja na cabeça) como isso aqui. É basicamente o cara dizendo que eles vão festejar a noite inteira. É o tipo de música que, querendo ou não, todo mundo lá conhece e sabe cantar.




Laserkraft 3D - Nein Mann
Eu não consigo levar isso aqui a sério e não sei se alguém no universo consegue. É o carinha cantando o tempo todo: "Não, cara, eu não quero ir ainda. Eu ainda quero dançar um pouco mais"


Alexander Marcus - Ciao Ciao Bella
Sabe quando a piada vira coisa séria? Isso é um dos melhores exemplos pra isso. Assim como no Brasil galera faz piada com o funk e fica famoso, na Alemanha nego tira sarro de Schlagermusik, que de uma maneira grosseira dá pra dizer que é o equivalente da nossa música sertaneja/brega. O espertinho aí transformou esse gênero de música hiper popular em "eletro", virou essa persona de cabelo cheio de gel, blazer e bronzeado artificial. Faz (fez?) o maior sucesso. O cara viaja a Alemanha inteira fazendo shows em hotéis chiques e nas apresentações todo mundo vai "fantasiado" tipo ele. A legítima piada que perdeu o controle hehehe




E como não podia faltar: duas famosas músicas do gênero "para beber"

Die Toten Hosen - Das Altbierlied
Ninguém no mundo é mais fã de Düsseldorf do que os Toten Hosen. Por isso, eles fizeram essa música pra homenagear a cidade que é o "maior balcão de bar do mundo" (die längste Theke der Welt"). Quando morei em Düsseldorf não tinha uma noite em que isso não tocava, mas já ouvi essa música em tudo quanto foi canto da Alemanha




Otto Waalkes - Grund zum Feiern 
No meio de um monte de nomes de bebidas, o cara canta "nós temos motivo pra festejar ninguém mais consegue caminhar, mas a gente ainda consegue beber".




E duas tosqueiras especiais não tão conhecidas, mas com imenso valor sentimental:

Hildegard Knef - The Coffee Song
Sabe-se lá de onde essa doida tirou isso, mas essa canção "carnavalesca" diz o seguinte: "no Brasil não tem nada além de café". E desde que ouvi essa música em uma boate em Berlim em 2009, ela virou a piadinha com meus amigos polacos.


Renato Pantera - Ganz genau
Na mesma semana em que eu, amigos brasileiros e os polacos descobrimos que "no Brasil só tem café", fomos hostilizados por uma bêbada no metrô que achou um absurdo um bando de brasileiros não conhecer o Renato Pantera. Segundo a própria, ele era o máximo por ser "bonito, preto e divertido" (schön, schwarz e unterhaltsam). Ao tentarmos entender do que a doida falava, nos deparamos com o Cumpadi Washington pra alemão ver.


prometo mais pra frente um post com músicas decentes em alemão ou de bandas alemônicas :P

sábado, 21 de abril de 2012

Mercadão vietnamita (asiático, na real)


Fazia um tempão que eu queria conhecer o tal mercado "vietnamita" de Berlim, o Dong Xuan Center (juro que sempre que leio esse nome penso em alguém dizendo "don juan" só que com sotaque oriental. Me perdoem pela piada infame, mas precisava dividir com alguém heheh). Depois de algo como 50 minutos contando a viagem de metrô e tram até o lugar, cheguei em Lichtenberg, bairro onde fica a coisa toda. O negócio é basicamente a 25 de março de São Paulo só que dividida em oito enormes galpões. E não é só vietnamita, é mais um mercado asiático mesmo...




Lá você encontra absolutamente de tudo: perucas, bolsas, sapatos, cachecóis, comida e qualquer ingrediente da cozinha oriental, ferramentas, malas, toalhas.... todo o tipo de tralha que existe no mundo, tem pra vender lá e muito mais barato que em qualquer outro lugar na cidade. Achei engraçado que até uma loja "hippie" tinha lá. Ou seja, os hippies de hoje em dia não são mais os mesmos, afinal, dá pra comprar todas as pulseirinhas e colarzinhos de sementes e miçangas exóticas já prontos e de balaio num atacado tsc, tsc, tsc. Ah, e muitas das coisas que vedem nos mercados de pulgas como "vintage", como aquelas correntes lindinhas com relógios,  dá pra comprar por três vezes menos nesse mercadão também.

Obviamente, quase nada tem preço e, na maioria das lojas, os vendedores nem olham pra tua cara. Você com sua cara de óbvia de turista não está a fim de comprar 25 cachecóis duma vez e por isso eles não tão muito interessados em você não. A não ser pelo fato de que eles podem dizer o preço que bem entenderem e ainda assim você vai achar barato. De qualquer jeito, se algo parecer meio absurdo, olhe na banquinha do lado e dê uma choradinha. A tentiada é livre, como sempre.

O mercado fica numa vizinhança com uns prédios de indústria abandonado. Visual bacaninha :D
Pra ter uma noção, saí de lá com um colar, uma bolsa e um cachecol por 11 euros. Bem baratinho. Quem comprar demais nas férias e precisar duma mala nova pra voltar pra casa, aproveite o passeio pra levar aqui. É bem mais barato que em qualquer outro lugar (a não ser que seja época das grandes liquidações nas lojas grandes). Ah, e tem que ir quando tiver no clima de fazer compras meeeesmo. Leva manhã ou uma tarde inteira a função. Só chegar até lá já leva um bom tempo, o negócio é grande e eles não aceitam trocas. Sendo assim, é bom prestar bastante atenção no que você está comprando, porque não tem volta. Outro detalhe é: não rola comprar com cartão de crédito, mas no galpão 3 tem um caixa eletrônico.



Delicinha vietnamita pro almoço
Se entre uma comprinha e outra bater a fome, além dos vários supermercados com especialidades asiáticas de todos os tipos, o Dong Xuan tem restaurantes vietnamitas e chineses onde dá pra comer bem e barato. Essa sopa da foto poderia ter alimentado meia Ásia e as porções de arroz frito são pra tirar a barriga da miséria de vez. Ah, importante, não importa o que você peça, vale acrescentar uma porção dos bolinhos fritos de arroz deles. Eu não entendo patavinas de comida oriental e não achei nem um grão de arroz no bolinho (à esquerda na foto), mas comi faceira. Outro detalhe bom de lembrar, se você não é acostumado a comer pimenta, vá com calma na hora de colocar molho na comida ou não vai ser divertido.  #ficadica.



Como chegar:

Dong Xuan Center
Herzbergstraße 128-139
M8 até Herzbergstr./Industriegebiet


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quinta-feira, 19 de abril de 2012

O dia em que eu virei "estrela" da música eletrônica (AHAM)

Berlim, terra de música eletrônica, o que não é lá muito a minha praia, mas é difícil se manter longe da "cena". Tanto que até eu entrei nessa brincadeira, de um jeito meio torto, claro. Num fim de tarde ocioso, um dos meninos que mora comigo (o prisioneiro da foto ali embaixo) me pediu pra falar umas bobagens em português que ele ia gravar. O guri mixou alguns trechos com uma faixa que ele fez no computador e deu nisso.

A parte "humana" (leia-se as risadas e as bobagens em português e em alemão) no final e no começo da música são "obra" desse ser aqui. O resto é tudo culpa do Felix mesmo.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Literalmente: um bar. Só que ao contrário

Madame Claude, o bar só que ao contrário. Literalmente
Não, não é que Berlim seja uma cidade tão doida que desafia até as leis da gravidade, Mas sabe aquela piadinha infame do "só que ao contrário"? No Madame Claude, ela é real. É só olhar pro teto e ver que toda a decoração está ali e te dá a impressão de que você está de cabeça pra baixo. Bem bacaninha, não? Na primeira vez que eu fui, fiquei hooooooras só olhando os detalhes no teto. É tudo muito bem feito, vale a observação.


O bar é um típico exemplo de como são a maioria dos bares aqui em Berlim e especialmente em Kreuzberg: pequenos, super bonitinhos, com uma pequena pista dança/sala de apresentações. No Madame Claude, a coisa geralmente funciona assim: sexta e sábado tem sempre algum show e depois um dj e no domingo é dia de "microfone aberto". O legal é que por ser bem pequeno os shows ficam super como se fosse na sala da sua casa e geralmente as bandas que tocam lá têm uma vibe mais calminha assim.


Depois que termina o show, o DJ começa a tocar e aí fica difícil pra achar um lugar pra sentar. Então, o melhor é seguir de pé e dar uma dançadinha mesmo.


Dá uma olhada no que tocou lá no dia 2 de março por exemplo:



Como chegar:
Madame Claude
Lübbener Straße 19
U1 Schlesischestor


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segunda-feira, 16 de abril de 2012

Comida típica pra quem tem medo de chucrute

Käsespätzle, delicinha de inverno alemão

Dizem por aí que a comida típica alemã, em comparação com o resto da Europa, é nada sofisticada. A real é que alemão adora batata, cebola, as benditas salsichas, pepino e repolho. Sim, isso é bem verdade. Comida típica tende a ser sempre meio pesada, apesar de em casa a galera aqui consumir salada como loucos. Sendo assim, pros mais chatos, provar comida típica alemã que não seja salsichas tipo Bratwurst, Currywirst e seus derivados, é uma tarefa que pode dar medo.


Spätlze Express, o cara do caixa daqui a pouco vai me chamar pelo nome :P

Pensando nos paladares menos aventureiros, divido com vocês o maior e melhor achado da minha temporada no sul da Alemanha em 2009, o Spätzle (se pronuncia sh-PÉ-tsl(e). É uma massa caseira que é feita introduzindo pedaços de massa em água fervente e tirando continuamente os pedaços que ficam cozidos. Aí existem vários tipos de Spätzle: com molho, com carne, com queijo, com salsicha, com lentilha, com repolho. Mas o meu preferido e, na real o mais famoso, é o Käsespätzle. Simplesmente, pegam essa massa caseira e misturam com muita cebola frita e queijo e colocam tudo no forno. Não tem como ficar ruim.

pratinho de Schumpfnudeln, massa mais gordinha que eles depois dão uma fritadinha antes de servir

Em Berlim, para comer Spätzle ou outras coisas típicas do sul da Alemanha como Knödel, Leberwust, Maultaschen ou Schumpfnudeln, o restaurante Spätzle Express é a dica. É um lugar honesto para começar a incursão na gastronomia alemã: barato, serve super rápido e é bem gostoso e tem várias opções pra quem não come de tudo. Os pratos têm tamanhos pequeno, médio e grande. O pequeno é uma porção bem boa. O médio dá pra duas meninas dividirem tranquilamente e o grande é, como diz o nome, grandão mesmo.

O melhor é que, além das opções básicas (com acompanhamentos mais comuns tipo queijo e cebola), eles têm as versões de quase todos os pratos com ingredientes mais hardcore, digamos assim, como bendito chucrute, bacon, batatas, salsichas ou lentilha. Tudo vai depender do seu paladar.

Me deu fome já....


Como chegar:
Spätzle Express

Wiener Straße 11
U1 Görlitzerbahnhof




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domingo, 15 de abril de 2012

Para sair baratinho


A estação de metrô de Kottbussertor é uma junção de gente de tudo que tipo. Na região central de Kreuzberg tem uma dezena de boates e bares para todos os gostos. Ela fica no cruzamento das linhas 1 e 8 e da plataforma do U1 à noite você sempre vai ver as janelas de um clube lotado. É o Monarch.

A entrada parece meio estranha: é uma portinha na frente duma lanchonete turca que tem uma placa toda em turco em cima. Não tenha medo, suba as escadas porque de terça a domingo a partir das 20h dá para ir lá assistir um show, beber uma cerveja ou só sair fedendo a cigarro. O Monarch é um dos poucos clubes que ainda deixa fumar dentro. Então, prepare-se para sair com perfume Gauloises.

Vista de dentro do Monarch pra estação de Kottbussertor
Por a entrada custar só um eurinho, o Monarch é o tipo de lugar bem legal de ir quando você não tem muita certeza se quer sair mesmo, porque as outras festas não estão parecendo lá muito interessantes ou quando tá com pouca grana mesmo. A música geralmente varia do eletro ao indie com alguns passeios pelo rock. O básico é eletro mesmo. Em alguns dias a programação é específica, mas aí é só dar uma olhadinha no site deles pra saber. As bebidas são baratinhas em comparação com o resto das boates, um gin tônica sai por 4 euros, por exemplo, e tem shots por dois. Ou seja, normalmente quem vai lá acaba se animando e ficando a noite inteira.

Outro detalhe legal: se a festa tiver chata dá pra ficar jogando pinball do Star Trek ou futebol de mesa nos pebolim aqueles. No fim das contas, de um jeito ou de outro é diversão garantida.

Como chegar:
Monarch
Skalitzer Straße 134
U1 ou U8 Kottbussertor



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domingo, 1 de abril de 2012

Germânia facts ou as mentiras que os alemães contam

Certas coisas a gente demora para se dar conta. Essa é a terceira vez que estou na Alemanha para ficar um tempinho e digamos que precisei dessa semana intensa de viagem com o grupo do IJP por Leipzig, Weimar e Hamburgo elencar na minha cabeça uns aspectos peculiares dos queridos germânicos, assim, de uma forma mais... profunda. 

Na los, o primeiro Alemanha facts ou as mentiras que os alemães contam:


Da esqu. pra dir. Ramon, Nina e Heiko em Hamburgo


"É perto, leva uns cinco minutos caminhando"

Jamais na sua vida, acredite em um alemão quando ele disser essa frase e suas variantes. Assim como eles acham que os latinos vivem em "outro tempo" (afinal temos a linda fama de chegar sempre atrasados) eu digo aqui: a alemoada tem uma noção de tempo e distância absurdamente diferente realidade. Já tinha percebido mas demorei uma eternidade pra me dar conta. Sempre achei que fosse coisa da minha cabeça somada a minha tendência ao exagero. Acabei constatando que não.

Então sempre que alguém disser: leva quinze minutos a pé, pode apostar e preparar seu corpinho pra pelo menos meia hora de caminhada. O mais engraçado é que não importa qual a condição climática, eles curtem caminhar no vento, no frio, na rua, na chuva, na fazenda ou numa casinha de sapé. E mesmo que eles tenham um ticket de metrô já pago e válido... eles preferem caminhar.

Não posto isso aqui como uma reclamação. Acho bem mais interessante fazer passeios com as pernas e olhando a cidade do que feito toupeira embaixo da terra no metrô, mas não sei se é porque eles curtem tanto dar uma voltinha ou se a noção de tempo deles é outra. Não é por mal, mas eles nunca falam a verdade em relação a quanto tempo se leva até um certo lugar caminhando. E quando parei para pensar me dei conta que isso acontece sempre e não importa a idade deles.

A mesma teoria vale para quando eles dizem "vamos dar uma voltinha". "Voltinha" pra eles deve significar algo como uma meia maratona, pode ter certeza. Lembro quando eu saía de casa em Düsseldorf com a minha "irmã" para dar uma "voltinha". Eu voltava destruída e pronta para desmaiar na cama. Ah, até porque né, eles adoram se meter em mato.

Voltando ao presente, durante a viagem fizemos um experimento, toda vez que o Heiko (simpático e paciente alemão que nos acompanhou em toda esta jornada que terminou hoje) dizia "vamos caminhando, é pertinho, leva cinco minutos" a gente cronometrava. Levava, no mínimo, o dobro do tempo. Um pouco extremo, óbvio, mas provamos nosso ponto.

Outro bom exemplo foi quando numa quarta-feira fria aceitei sair com meus companheiros de apê porque o lugar era "perto, só quinze minutos a pé". Quinze minutos levamos naquele passo "tirar o pai da forca", afinal, até o meio do caminho. Mas como nem tudo na vida é só tristeza, a noite acabou sendo uma das mais incríveis que eu tive aqui. Fomos num bar completamente escondido em um lugar que, na verdade, tem corrida de kart. Teoricamente, pra entrar tem que ser sócio, mas o pessoal deu um jeito. Resumo da história, era um galpão enorme com sofás espalhados por todos os cantos e uma decoração de casa de vó cheia de fotos e quadros com molduras antigas e no palco tinha um trio com tuba, piano e saxofone.

Resultado, peguei um ônibus de volta pra casa ultra tarde e sono no trabalho no dia seguinte foi dureza. Se um alemão te convidar pra dar um "voltinha", prepare-se pra uma boa caminhada, mas digo pra vocês que geralmente vale o "esforço" ;)

ps: esse texto foi escrito depois de sete dias de correria intensa e pouquíssimas horas de sono, perdoem qualquer lapso :)

sexta-feira, 30 de março de 2012

Segue-se na Germânia



Assim que eu me recuperar dessa semana Leipzig-Weimar-Hamburg, prometo dar notícias. Meu primeiro post vai ser "as mentiras que os alemães contam". Mas calma, não vai ser beeeeeem isso aí que vocês acabaram de inventar na cabeça de vocês, gente :P

domingo, 18 de março de 2012

E o trabalho como tá?


De cada dez pessoas que falam comigo, 15 perguntam: e o trabalho no Tagesspiegel como tá? Tá bem, gente. Tá muito bem. Comecei no online no dia primeiro de março e a coisa vai indo super bem. Aprendi a mexer no sistema em meia hora e já sai publicando matéria. Na verdade, o que eu menos faço é publicar coisas de agência. Eles têm uma postura de investir muito em histórias locais e, como eu não sou bem uma repórter como qualquer outra, porque né não tenho alemão como primeira língua, eles me deixam livre para gastar meu tempo na redação como eu achar mais interessante. E quando a coisa aperta, aí eu sempre dou uma mão.

Tagesspiegel, guten Morgen
O que eu faço então? Me divido entre catar pautas relacionadas ao Brasil que sejam interessantes para eles e incomodar os editores em Porto Alegre com sugestões de pautas daqui. Óbvio que para escrever um texto em alemão eu levo vinte vezes mais tempo que eu levo em português, mas a coisa tá se desenvolvendo. Difícil tem sido me adaptar às matérias do impresso: elas são enormes. A primeira teve 5 mil caracteres a próxima vai ter 8 mil. Depois que eu termino essas matérias, tenho a impressão que meu cérebro está derretido, porque o esforço mental de escrever rápido e em alemão é grande. Mas é a vida né, no pain, no gain, amiguinhos. Antes que alguém pergunte, é claro que sempre alguém dá aquela lidinha básica e me ajuda a "traduzir" algumas das coisas para o  alemão "jornalístico". Então, todo esse esforço mental está valendo muito a pena, mesmo que de vez em quando eu já ande colocando as palavras em português em lugares estranhos nas frases (desculpem!).


Paranóia: tem que dar o "bip"  com o crachá em todas as portas que levam de uma área do jornal pra outra e no elevador
No online, são cerca de 12 pessoas exclusivas para o site. Engraçado é que eu entrei no jornal exatamente no meio do processo de fusão entre online e offline. Eles estão começando a passar a responsabilidade de colocar as matérias no impresso no ar para o próprio repórter. No meu primeiro dia, vi um jornalista que devia ter seus 60 e vários falando com o editor. Ele tinha deixado o texto dele do jornal do dia seguinte já pronto para publicar e cheio de links antes mesmo de sair e tava todo orgulhoso. Apesar de ser um site, o ritmo é completamente diferente do que eu estava acostumada. Comparado ao que eu conheço, o pessoal aqui trabalha sem absolutamente nenhuma pressa.

Óbvio que eles têm seus momentos em que querem as coisas mais rápido, mas mesmo nas horas de maior stress o ritmo ainda é bem menos acelerado. Jamais alguém do online vai publicar uma matéria sem todos os recursos disponíveis ali: matérias relacionadas, galeria de fotos (quando tem), links no texto. Para eles, tudo isso é ultra importante e simplesmente TODOS os jornalistas fazem isso. Até os do offline. Por volta das 20h, chega a primeira edição do jornal na redação. O horário que tem mais movimento é pelas 10h. À noite, não tem muita gente, nem no site. Eles investem mais na manhã que é o horário de maior audiência. Pra ter muita gente no site à noite, só se tiver algum evento importante. E ah, eles não têm madrugueiro no site.

Já aprendi que reclamar do sistema usado seja lá onde você trabalha é uma coisa universal. Faz parte dos jornalistas, assim como reclamar faz parte do serumanis. Confesso, entretanto, que o povo aqui reclama de barriga cheia. Precisei de trinta minutinhos para aprender a usar o sistema de publicação, corte de fotos e montagem de galeria (não sei como funciona com a capa ainda). Desde então, nunca mais precisei ajuda de ninguém para nada técnico. Além disso, todos os computadores têm um pdf com um manual detalhado de como o sistema funciona. Tenho minhas dúvidas se o sistema é o ideal em termos de eficiência, mas em termos de usabilidade, é o mais amigável e intuitivo que eu já usei. Só que né, como nem tudo é uma festa, apesar de simples de usar, ele é meio lento.

Calma, gente, não é cerveja! É água com gás ou sem na "cozinha" da redação

A redação em si também é bem diferente. Nada de muita falaçada, nada de muita gritaria, o pessoal aqui presa muito por poder trabalhar em silêncio e concentrado. Um colega aqui do jornal esteve no Globo com o mesmo programa. Ele disse que não sabe como a gente trabalha com tanto barulho, tanto movimento. Confesso que, na verdade, esse silêncio me incomoda um pouco bastante, mas estou me acostumando. Sou uma  moça versátil.

No meu andar, fica a redação online, a política e vários dos chefões. Esporte e cultura, por exemplo, ficam no segundo andar em salas separadas. Em cada andar, tem uma cozinha com máquina de café, micro ondas, água quente e essa "torre" aí em cima com as torneirinhas. Mas calma aí, das torneirinhas sai água com gás ou sem. Na caixa ali do lado, geralmente fica uma porção de chocolates, balas e outras guloseimas. Quem quiser algo, pega e deixa o valor correspondente no cofrinho da caixa. Sem nenhuma Lara sorridente pra te dar bom dia...

Ai se eu te pego, famosa no Brasil e no mundo :P
Para ler as minhas matérias publicadas em alemão, é só clicar aqui.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Dica para os fortes: onde cortar o cabelo

Na primeira vez que vim para Alemanha passei dez, isso mesmo, DEZ meses sem cortar o cabelo. Tudo bem. Eu tinha 17 anos e com 17 anos a gente acaba se preocupando mais com "o que vao pensar do seu cabelo", mas também há de se levar em conta que meu cabeleireiro levou 21 anos para me convencer que cabelo comprido não era bem a minha praia. Mas bem. Passada essa fase xiita. Sempre que venho para a Alemanha, corto o cabelo. Ao contrário do que todo mundo pensa, aqui pago bem menos do que no Brasil.


Acho engraçado, minha professora de alemão, por exemplo, sempre diz que "reconhece europeus pelo cabelo". Concordo com isso, mas não no mesmo sentido. Ela, apesar de ter nascido na Alemanha, fala mais dos cabelos deles no sentido de serem hmmm meio sujos mesmo. Eu falo porque os cortes são, assim, na maioria das vezes, mais arrojados e/ou ousados que a maioria dos nossos. Mas, na real, isso é outra discussão. Então voltemos ao ponto.


Obviamente aqui não tenho o mesmo serviço personalizado e ultra vip que meu cabeleireiro em Porto Alegre me dá  (desculpa aí, mas na minha última visita no salão rolou espumante e todo um paparico porque eu vinha pra Alemanha. Um beijo. Eduardo!), mas consigo cortes de cabelo decentes por dez euros. Sim, dez euros. Normalmente, corto num salão ali na Grünbergerstrasse, bem na frente da Boxhagenerplatz (onde tem um mercado de pulgas bem legal nos domingos). Nesse salão, é moleza, tem até uma moça que fala português e que corta super bem.

Maaaas, como neste verão, resolvi fazer algo difereeeeente. Em Kreuzberg, na Zossenerstr, tem a Art Cut. Nos fins de semana, o lugar fica lotado de gente e tem fila de espera. Mas hoje, numa quarta, em menos de 10 minutos eu fui atendida. São dez eurinhos para lavar e cortar o cabelo (no salão que eu ia antes era pra cortar com o cabelo seco, o que eu acho super ok). Mas na Art Cut, secar é uma coisa que você faz sozinho num cantinho com mousse, gel, secador e outros apetrechos.

De qualquer jeito, as moças falam inglês e são super atenciosas. Meu corte fez com que meus colegas de apartamento passassem a me chamar de AMÉLIE, mas isso é uma questão de gosto. Logo, não se discute. Em todo o caso, se você precisar (ou quiser) experimentar um corte de cabelo made in Deutschland, esses dois lugares, eu super indico, mas asssim, leve um pouco de ousadia (afinal de contas você, tá longe e se ficar "ruim" ninguém vai ver, mesmo)  :)


Como chegar:
Art Cut
Zossenerstr. 15

U Gneinernaustr.

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segunda-feira, 12 de março de 2012

Segunda é dia de... Guggenheim


No coração da zona turística de Berlim fica o museu Guggenheim, sim, aquele mesmo que tem em Nova York, Bilbao, Veneza e Abu Dhabi. Se você for caminhando da Alexanderplatz até o portão de Brandemburgo, no meio do caminho, depois da ópera, lá vai estar esse prédio aí da foto. Em comparação com os outros Guggenheim espalhados pelo mundo, o prédio em si nem tem nada assim de tão "uau, nossa", mas acho que não combinaria colocar nada muito ousado ali no meio da Unter den Linden (ou combinaria? digam aí arquitetos que me visitam ;) ).

De qualquer jeito, o museu é um ótimo passeio pra quem curte arte moderna e contemporânea. A entrada custa quatro euros pro público normal e três para quem tem direito a desconto. Todos os dias às 18h começa uma visita guiada grátis. Na segundas, além de ser de graça pra todo mundo, tem o "I Like Mondays Lectures". Pessoas com camisetas com esses dizeres estão pelo museu das 11h às 20h completamente disponíveis para fazer um tour "curtinho" na exposição é só falar com um deles. Outro projeto bacana deles são as "Lunch Lectures". Se você só tiver o horário do almoço, nove euros e fome de comida e arte é só aparecer lá nas quartas-feiras que depois do passeio a comida vai estar te esperando no restaurante.

Ao contrário de boa parte dos museus na Europa, o Guggenheim é bem pequeninho. Por isso, as exposições mudam com uma certa frequência. Até abril dá pra ver a "Found in Translation". A exposição traz o trabalho de nove artistas e fala de globalização e o tão sonhado "fim das fronteiras"(aham) e de como tudo isso ainda pode e esbarra na linguagem. Bem legal. Dá pra ler mais aqui ó. Segunda que vem tô lá de novo! (óbvio que a gente chegou quase na hora de fechar hehe)



Como chegar:
Unter den Linden 13/15
Metrô: U Stadtmitte ou U Französische Straße


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terça-feira, 6 de março de 2012

Fuchs und Elster: para sair longe dos hipsters


Sem querer querendo e mesmo doente fui parar no Fuchs und Elster na noite de sexta-feira. Estava voltando pra casa já quando, num acaso gigante, encontrei no metrô um amigo grego que morou em Porto Alegre. Ele estava indo pro bar/boate que fica aqui em Neuköln, do ladinho da minha casa. Então, como o lugar era perto e a coincidência foi muita, acabei indo. 

Achei meio estranho eles quererem entrar em um lugar completamente vazio, mas depois de passar pelo papel de parede kitsch da sala cheia de cadeiras levantadas (durante o dia funciona ali um dos muitos cafés bacanas do bairro) e chegar na escadinha escondida no fundo da sala, entendi. No porão do bar, funciona uma boate. Catando o endereço deles na internet, descobri que o Guardian recomendou o Fuchs und Elster como um dos 10 melhores lugares para sair em Berlim. 



Pois então, eu não sei se colocaria na minha lista dos 10 mais, mas adorei. Só não é um lugar muito recomendado pra claustrofóbicos: é um porão, né. O pé direito é BEM baixo e a pista fica lotada. A programação é quase sempre no estilo da última sexta: funky-boogie-anos-70-dá-vontade-de-pedir-toca-tim-maia-racional. Gostei bastante, não tinha aquele povo hypado jurando escorado nas paredes. Era todo mundo animado dançando na pista.

Quem gostar muito do lugar pode até virar "membro", com isso, a criatura ganha uma carteirinha de sócio e sempre paga menos para entrar.


Como chegar:
Weserstrasse 207
U Hermannplatz

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segunda-feira, 5 de março de 2012

Para comer até cansar: Baraka


O Baraka foi uma das ótemas recomendações que meu amigo de Bremen, o Geerd, me passou para comer em Kreuzberg. Nesse restaurante egípcio-marroquino dá para comer bem sem gastar uma fortuna. Na entrada, eles têm uma área "lanchonete" que vende Döner Kebab, falafel e outras dessas delicinhas do mundo árabe. Mais pra dentro o restaurante é enorme e serve uns pratos bem elaborados. Tem opções para vegetarianos com carne. Ou seja, dá pra agradar todo mundo.

Eu adoro a sopa de lentilha com umas gotinhas de limão. Nham nham. Na sexta, fui jantar lá com as meninas do IJP. Pedimos um "mix" um prato monstruoso pra três pessoas com um pouquinho de tudo que eles servem no restaurante: couscous, hallumi, falafel, vagem temperada, salada, tahine, arroz aromático... Tem uma porção de coisas ali que eu nem fazia muita ideia do que era, mas não teve nada que eu achasse ruim hehehe. O prato para três pessoas custava 18 euros e sobrou uma quantidade absurda de comida. Ou seja, alimentava quatro numa boa. 

Pratos com "mix"

Além disso o ambiente é bem bacaninha, os garçons são simpáticos, multilíngues e atenciosos. Tem também um área bem grande com mesas no chão e almofadas (pra entrar nessa tem que tirar os sapatos). E dá pra ficar hoooooras depois da comida sentado ali jogando conversa fora. 


Como chegar:

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domingo, 4 de março de 2012

Domingo no Mauerpark


O Mauerpark (ou o Parque do Muro, em português) é um dos mais famosos de Berlim .Ele tem esse nome por um motivo meio óbvio, ficava na área do antigo muro. Na época, era nesse parque que ficava a fronteira entres os bairros de Wedding e Prenzlauerberg.  Lá tem um mercado de pulgas enorme todos os domingos.


Em domingos de sol como hoje, o parque fica lotado de gente que quer fazer compras, beber uma cerveja, praticar esportes ou cantar no karaokê. Sim, o Mauerpark é famoso pelo karaokê de domingo. A função toda geralmente acontece pelas 15h dos domingos. Dá pra ver como funciona e a programação aqui ó


Eu acabei saindo tardão de casa e perdi a cantoria no parque, mas nesses dois meses, vou ter que ir ver esse karaokê pelo menos uma vez. Faz parte do folclore. Mas ainda assim, com o dia frio e ensolarada, não deixei de dar uma voltinha por lá. Nos stands, dá pra encontrar coisas que vão de parafusos, óculos e roupas antigas, biciletas até poltronas vintage chiquetérrimas. Os preços variam e sempre rola dar aquela pechinchadinha. Numa das bancas hoje, eles berravam:  "TUUUUUUDO por um euro".

Além de toda a função de mercado de pulgas, no domingo, dá para comer em uma das diversas banquinhas da área de alimentação. Lá dá para experimentar qualquer uma das wurst (salsichas) alemãs: tem curry-, wiener-, brat-, inventeumnomeaquiwurst. Se salsicha não for sua praia não tem problema... tem sopa, döner, iogurte, cerveja, batata frita, se bobear daqui a pouco vai ter até uma baiana vendendo acarajé :D 



Como chegar:

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quinta-feira, 1 de março de 2012

Que diabos, afinal, estou fazendo aqui

Nosso amigo aquário no meio do hotel

Todo mundo já cansou de ouvir falar no bendito aquário no meio do hotel em que eu fiquei até esta quarta, mas ainda não expliquei que diabos estou fazendo aqui. Uma bolsa do Internationale Journalisten-Programme (IJP) me trouxe pra cá. Sabia dela desde que entrei na faculdade e a única coisa que faltava para me inscrever era a idade mínima. Então, completados os 25 anos, me inscrevi. Logo, não é de se espantar que eu seja a caçula do grupo de 11 jornalistas. Ficaremos aqui dois meses trabalhando em jornais, agências de notícia e tvs da Alemanha.

Diferente do que eu  entendi antes de vir pra cá, os 11 não são da América Latina (isso que dá ler só a versão em português da ficha de inscrição). No nosso grupo, estão também jornalistas alemães que em maio embarcam pro Brasil, Argentina, Chile e outros países para trabalhar por dois meses, do mesmo jeito que nós vamos fazer aqui. Ou seja, aquele monte de nome com ö ä ü nos participantes era por isso. 

Todos nós ficamos hospedados no hotel e nesses três dias tivemos seminários, apresentações, almoços, jantas, poucas horas de sono, muitas horas de conversa e até um banho de piscina no spa chiquíssimo do hotel. As palestras eram todas no prédio da Allianz (um dos patrocinadores do programa) ali de cara para o portão de Brandembugo.


Seminário na sede da Allianz


Nesses seminários os convidados falaram de temas que podem nos ajudar entender melhor e pensar em matérias para fazer daqui. Para ter um exemplo, veio economista, jornalista que trata do aumento dos grupos neofascistas em algumas regiões do país, cientista político, correspondente alemão na América Latina, correspondente latino na Alemanha. Super legal para dar um panorama do que a gente pode fazer/pesquisar quando estiver aqui. Mais interessante ainda é que o grupo é bem diverso com gente que trabalha com diferentes áreas do jornalismo. Todo mundo super faceiro com a oportunidade e meio apavorado por ter que escrever em alemão, português ou espanhol. 

Vista do prédio da Axel Springer Verlag
Além desses seminários, visitamos a editora Axel Springer, dona de jornais como o Bild (só o maior da Alemanha), die Zeit e mais um catatau de publicações importantes. Enquanto esperávamos o elevador no prédio, passou pela gente ninguém menos que o Mark Wahlberg. Todo mundo ficou "ó, olha ali". Ele é gato, mas bem baixinho, gente.

Teve ainda um passeio com uma guia pela cidade. Apesar de eu já ter vindo pra cá algumas em outras ocasiões e já ter feito o roteiro turístico umas cinco vezes, foi bem interessante. Até porque o que não falta aqui em Berlim é história pra contar. Em todo o caso, a dona "Rosa" (nossa guia) era uma figuraça daquelas sem muito filtro e que fala tudo que vem na cabeça. Deu pra rir bastante. Mas nessa rotina puxada eu acabei me dando meio mal. Não tá fazendo -20 graus como no meio de fevereiro, a temperatura tá entre 5 e 10C mas tem uma chuvinha chata e fina e bendito do vento. Assim, a esperta aqui já está doente e com dor na barriga de tanto tossir. Então, caso a coisa não melhore, ainda essa semana devo usar o seguro saúde internacional pela primeira vez na viiiida.

Até porque meu estágio no jornal Tagesspiegel começa nesta quinta e não dá pra chegar caidona. Estou ultra curiosa para ver como vai  ser e como vai funcionar tudo. Até agora, o editor só me disse que provavelmente vou trabalhar na redação online. Ah, sei também que o restaurante do jornal é bom, disse o colega que trabalha para a AFP daqui hihihi.

Nina, a organizadora da função toda

Jornalistas jornalando no hotel

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Berlim, o paraíso culinário


Uma das coisas que eu mais amo nessa cidade são as inesgotáveis possibilidades de comer bem por preços razoáveis (em comparação com outros lugares na Europa). No domingo, logo depois que a tchurma toda se apresentou no hotel, seguimos para um "Brunch" no Lafil. Confesso que nunca tinha ido nesse lugar e que a ideia de tomar café da manhã/almoçar num bar de "tapas" não me pareceu nada atrativa assim de primeira. Mas desde que eu abandonei o "apetite infantil" (aquela coisa de só comer, carne, carboidrato e doce) passei a simplesmente me jogar nas experiências gastronômicas!

O lugar é razoavelmente pequeno e lota nos domingos. A alemoada faz fila para comer waffles quentinhos com calda de chocolate, salada de camarão, sanduichinhos de presunto cru, paella, papas bravas e outras delícias espanholetas e germânicas. Tudo isso tá junto, no mesmo buffet e naquele sistema "comer até dizer chega" por 9,80 euros (nos domingos e oito e pouquinho nos dias de semana). As bebidas não tão incluídas e não falar alemão não é um problema: a maioria dos garçons fala mais espanhol que qualquer coisa :O

De qualquer jeito, se der vontade de ir, vale a pena reservar uma mesa antes (especialmente se for um grupo grande num domingo) ou dá pra esperar na pracinha agradável que tem na frente (ainda mais se tiver solzinho e céu azul, como teve no domingo). 


Sempre que der vou postar aqui das minhas comilanças com o endereço dos lugares. Assim eu guardo os nomes dos lugares e posso voltar depois e se alguém quiser confiar no meu gosto é só se jogar :)


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Jet lag, assim você me mata

Sempre achei que jet lag era balela. Pois então, mais uma vez veio a vida e me fez dobrar a língua. (Pra quem não faz a mínima ideia a definição da Wikipédia pra jet lag é a seguinte: ""é uma fadiga de viagem, é uma condição fisiológica que é uma consequência de alterações no ritmo circadiano"). Cheguei em Berlim quinta passada por volta de meio-dia. Desci no Schönefeld, peguei um ônibus um metrô e vim parar no apartamento onde morarei pelos próximos dias.

Aqui é super comum encontrar quartos/apartamentos pra alugar por uma temporada em sites como o WG-Gesucht. Procurei por um tempo, mas na real é meio cansativo, porque afinal tu fica trocando e-mails com um desconhecido, pedindo fotos do quarto ou apartamento e enchendo a criatura de perguntas. Acabei dando sorte porque a amiga duma amiga minha tinha um quarto livre no WG dela (em alemão, WG é a sigla pra Wohngemeinschaften,  que dá pra traduzir pra república ou qualquer coisa que o valha). Foi mais tranquilo aí, falei com ela por e-mail, ela me disse quanto ia querer pelo quarto e cá estou.

Moro com outros três alemães simpatissísimos. Dois recém entraram na faculdade e outro já tá fazendo doutorado e, assim como eu, alugou o quarto de um dos meninos que originalmente mora aqui, mas está no Canadá (ha ha ha) durante as férias da faculdade. Sim. Detalhe importante as férias da universidade aqui são agora e terminam lá pelo começo de abril. Quando cheguei, todos estavam em casa, fui devidamente apresentada e depois me levaram pro apartamento em cima do nosso, onde mais quatro amigo deles moram. Ou seja, é uma grande república :P meu vizinho de porta até português fala (Bruna e sua sina de sempre encontrar alemães que falam português. rá, mas isso não é nada se comparado com uma daquelas coincidências que só acontecem comigo que se passou mais pra frente).

Desde que eu cheguei, meu relógio biológico tá uma lo-u-cu-ra. Em algumas noites, deitei cedo e dormi absolutamente NADA. Em outras dormi até quatro da tarde. Ainda não me acostumei com a mudança de horário, MESMO. Isso significa basicamente que nos últimos dias a coisa que eu mais fiz foi bocejar. Se alguém aí tiver uma boa dica pra como curar o marvado do jet lag, me diga. Já tentei até reza brava e nada.

Óbvio que nesse meio tempo já saí algumas vezes. Logo na chegada, fui no Lido ver um concurso de bandas no qual os meninos do apartamento de cima tocaram e na sexta fui no Ritter Butzke com as colegas da Paulien (moça cujo quarto aluguei). Esse Ritter Butzke é um lugar BEM legal no meio de um monte de prédio comercial. Engraçado é que as gurias me ensinaram que na maioria das buatches famosinhas eles não deixam as pessoas entrar em grupos grandes. Sabe-se lá por que. O chute das meninas é porque pessoas em grupos grandes não dançam. De qualquer jeito, o lugar tinha uma decoração doidona com letras enormes que piscavam e guarda-chuvas pendurados no teto. O lugar parecia uma fábrica abandonada (muitos dos lugares aqui em Berlim tem essa "cara"). O mais engraçado é que o DJ da noite era o professor das gurias na faculdade de medicina. De qualquer jeito, é um lugar bem bom pra quem curte eletro e essas cousas. Na pista secundária (incrivelmente iluminada, era como se a gente tivesse na sala de casa), a vibe era outra. O DJ fez uns remix de Whitney Houstoun e tocou Jorge Ben. Genial os gringos tentando sambar. Sempre me divirto com isso. Não, não tocou Michel Teló, antes que alguém pergunte.

Mas sábado, quando todo esse pessoal que saiu comigo sexta passou aqui em casa antes de ir pra uma outra festa, eu tive o deleite abrir a porta do meu quarto e ver cerca de sete alemoas dos olhos mais azuis que as águas do Caribe cantando "aizeu tche pergo" aos berros. É pessoal, somos a terra da Garota de Ipanema e do "Zábadow na beladja". Sacaram? Não tem mais volta. Todos os seres que eu encontrei aqui, sem exceção, sabiam balbuciar os versos de Michel Teló.

Amanhã finalmente começa meu trabalho no Tagesspiegel e assim que der tempo conto mais da minha maravilhosa experiência de três dias em um hotel tão chique que tinha até um AQUÁRIO no meio do lobby (obrigada, mãe Alemanha por gostar tanto de mim assim).


quem dera ser um peixe......


Durante esses divertidos e ultra cansativos dias, eu descobri que eu (e nenhum dos outros latinos) tinha entendido direito como funcionaria a função toda aqui. Assim que essa minha fase "fluxo de consciência" passar, volto aqui e conto mais. Beijo, me liguem :D

e sim. esse layout tá pra lá de bagaceiro, mas é o que a casa pode oferecer neste momento :P

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Por algum lugar a gente tem que começar

Enésima tentativa de tentar manter um blog enquanto viajo. Vamos ver se vai funcionar. Mas amanhã é o grande dia e agora já passa da meia-noite. Então tchüssi e beijo.